terça-feira, 9 de abril de 2013

A vivissecção, os adultos e as crianças. Sim é possível minimizar.

Esse post foi feito atendendo a pedidos de amigos que querem saber sobre a vivissecçao e a minha atitude de procurar por produtos e empresas limpas, que não fazem testes em animais. Com esse post procuro trazer um pouco de informação, pois o assunto é vasto, e mostrar que é possivel reduzir o número de produtos que testam em nosso cotidiano. E como este blog tem conteúdo materno, coloco aqui algumas informaçoes voltadas para as mães. 



Desde pequena eu sou apaixonada por animais, sempre gostei de observar todas as formas de vida e aprender com elas. Até hoje me pergunto sobre minha escolha de ser enfermeira e não bióloga ou veterinária. Acho que passei a amar também as pessoas, essa é minha única explicação.
Agora junte a paixão pelos animais e meio ambiente a uma criança extremamente crítica e curiosa, e o resultado soy yo.
Sempre fui daquelas crianças que queriam saber tudo, não aceitava respostas prontas, e era muito, muito, muito exigente e crítica!
Cresci e nessa parte mudei pouca coisa, rs.

Aqui em casa a ordem é REDUZIR, REUTILIZAR, RECICLAR. 

Quando se entra no assunto ecologia, normalmente as pessoas pouco se interessam. Lá vem o EcoChato com sua idéias lindas e impraticáveis. Pois eu garanto que muita coisa é praticável sim.
Sempre trabalhamos com metas, um passo de cada vez. O assunto ecologia, sustentabilidade e proteçao animal é vasto e exige mudanças em nosso estilo de vida, em nossa forma de pensamento e também na forma de vivermos em sociedade.

Neste post vou abordar com mais cuidado a vivissecção que são os testes em animais. 

Esse palavrão chamado vivissecção significa "cortar (um animal) vivo", mas na prática é aplicado a qualquer tipo de experimentação animal.

Estima-se que 70 milhões de animais são torturados e mortos nos EUA anualmente. E que essas mortes fazem movimentar uma grande quantia de dinheiro. 
De acordo com Stoller, o Instituto Nacional de Saúde dos EUA é o maior financiador de estudos em animais, estima-se que o gasto anual com estes experimentos extrapole os 5 bilhões de dólares, esse dado é de 1990, imagina agora. 
E a grande maioria dos resultados obtidos nessas pesquisas NÃO SERVEM PRA NADA.

Vou pegar como exemplo os testes químicos

Para o produto chegar nas prateleiras e ir direto para a casa do consumidor ele precisa apresentar algumas características aceitáveis, eles precisam ser declaradamente seguro para o uso. Sabe quando você lê no rótulo do produto: Dermatologicamente Testado. Você já parou pra pensar a respeito? 
Ah eu adoro ler o rótulo da weleda: este produto foi testado dermatológicamente em voluntários humanos. Não te dá muito mais credibilidade tanto na empresa quanto  no produto?
Então, essa garantias foram obtidas em laboratórios de vivissecção, testados em ratos, coelhos, camundongos, macacos, porcos-da-índia, sapos, lagartos, cães, gatos, pássaros, porcos, aves, cavalos, cabras, etc. Nos testes incluem-se os intitulados "teste de toxicidade": dose letal, concentraçao letal, dose máxima tolerada, etc. Outras pesquisas incluem teste de irritação de pele e olhos, testes de carcinogenese, mutagenicidade, teratogenicidade, toxicidade reprodutiva, nefrotoxicidades, etc.
Ah, e por favor não seja ingenuo como eu fui um dia em acreditar que os animais são sedados, ou que são tomadas medidas para alívio da dor. Acredito que até exista pessoas que se preocupem, mas essa não é a regra. 
E tudo isso para no final apresentar uma gama enorme de resultados ambíguos e contraditórios, o que respalda a industria a chegar no resultado que ela quiser.
Exemplo disso é o Teste de Irritação Ocular, que chega a me dar náusea só de escrever sobre isso.
O objetivo deste teste é avaliar alterações oculares e perioculares provocadas por produtos químicos. para isso utiliza-se uma cobaia consciente (nada de anestesia), normalmente o coelho, por ser dócil, barato e ter olhos grandes. A cobaia é enjaulada e imobilizada pelo pescoço, que por vezes se quebram na tentativa de fuga, e seus olhos permanecem abertos por meio de grampos. Esse teste pode chegar a durar aproximadamente 20 dias. Isso mesmo, 20 dias de tortura. As reações oculares observadas incluem processos inflamatórios, úlceras, hemorragias e cegueira. Ah é só uma coisinha, coelhos não choram, tá. E isso muda muita coisa nos resultados.
E depois de tantos testes as "criaturas" ainda não descobriram que os olhos do coelho são diferentes dos humanos em estrutura e fisiologia, o que oferece resultados subjetivos e de baixa confiabilidade, ou seja pimenta no olho do outro é refresco.
E o pior de tudo EXISTEM ALTERNATIVAS, existem testes com padrão de confiabilidade superior e que o melhor de tudo, não machuca NINGUÉM. Mas também existem interesse economicos, a vivissecçao movimenta muita grana.
E as alternativas não são somente para os testes oculares, existem para testes cutâneos, dose letal, dose máxima. E repito mais uma vez os resultados obtidos por experimento em animais, não são fiéis para utilização em humanos, somos diferente, as variações estruturais. Varia de espécie para espécie e de indivíduos para indivíduos. Somos diferentes em estrutura e fisiologia. A vivissecção é um ATRASO.



Vou contar uma historinha

Galeno é conhecido por seus tratados de medicina, sendo estes baseados em observaçoes anatomicas e fisiológicas oriundas de experimentos em animais. No entanto 1500 anos depois,  quando os estudos começaram a ser realizados em cadáveres humanos, foi descoberto que ele estava equivocado em muitas considerações, sendo  que Paracelso queimou em público os trabalhos de Galeno afirmando: “Isto é a causa da miséria do mundo, de que nossa ciência éfundada em mentiras. Vocês não são professores da verdade, mas professores da mentira”. Isso se deve a extrapolação de pesquisas feitas em animais para a fisiologia humana.



Na área médica muitos médicos cirurgiões questionam o uso de animais para aprendizado de cirurgia.

Alegam discrepâncias entre a anatomia e fisiologia humana e a animal, assim como a elasticidade da pele, o coeficiente de vazão sanguínea epidérmica, etc. As alternativas para tais práticas são o acompanhamento de cirurgias humanas em hospitais e clínicas, primeiramente com observação, seguida de estágios de intervenções simples severamente supervisionadas por cirurgiões experientes, passando para intervenções sucessivamente mais complexas. Assim se aprende cirurgia em muitos países, como Inglaterra e Estados Unidos. A verdade é que mesmo estudando em animais a verdadeira cobaia somos nós.
Minha irmã leciona em uma Federal que utiliza animais para ensino, inclusive para sondagem orogástrica, o que eu digo ser totalmente desnecessário, pois me formei e nunca precisei colocar as mãos em nenhum animal para aprender minhas técnicas, e olha que trabalhei com cirurgias de cabeça e pescoço e acredito que sondar um cachorro não iria me auxiliar em nada quando diante de um paciente com câncer cervical, esofágico.


“Nenhum cirurgião pode obter conhecimento de experimentos em animais, e todos os grandes 
cirurgiões do passado e presente concordam com isso. Não se aprende cirurgia através da 
operação de animais. Animais são completamente diferentes do homem anatomicamente, suas 
reações são diferentes, sua estrutura é diferente, sua resistência é diferente. O estudo em animais 
confunde o cirurgião” - Prof. Dr. Bruno Fedi, Diretor do Instituto de Anatomia Patológica no 
Hospital Geral de Terni, Itália (Fedi, 1986). 

Até mesmo para aqueles que não lutam contra a vivissecção em defesa dos animais, mas sim em defesa da segurança humana , apontam os prejuizos de tal prática. Em muitos casos, os estudos em animais não só causam o desperdício de vidas e dinheiro, eles podem ser perigosos também para a saúde das pessoas. Drogas como a talidomida, o Zomax, e DES foram todas testadas em animais e julgadas seguras, mas tiveram conseqüências devastantes para os humanos que fizeram uso delas.

Óbvio não? Animais diferentes = respostas diferentes. E ainda vale mencionar que alguns resultados tidos em humanos não podem ser mensurados em animais, como: tontura, mal estar, confusão mental, dor de cabeça, formigamento, etc. Você sabia que a morfina provoca agitação em gatos, e sedação em humanos? 


“Tem sido demonstrado que os resultados da experimentação animal são inaplicáveis aos seres 
humanos. Existe uma lei natural relacionada ao metabolismo (a soma de todos os processos 
químicos e físicos encontrados nos organismos), de forma que uma reação que foi estabelecida 
para uma espécie é válida somente para aquela espécie em particular, e não para outra. As vezes 2 
espécies bem próximas, como o rato e o camundongo, podem reagir de maneira totalmente 
diferente” – Dr. Gianni Tamino, pesquisador da Universidade de Pádua e membro do Parlamento 
Italiano (Tamino, 1984).









Já faz uns dez anos que iniciei minha luta pra EVITAR utilizar produtos que fazem teste em animais. O começo foi difícil, pois de fato acreditava que o único condicionador do mundo que tinha uma relaçao amorosa reciproca com meu cabelo era o condicionador "X", e o mesmo era de uma empresa conhecida pelos testes mais cruéis em animais. 
O boicote é uma forma de forçar as empresas e também as unidades políticas a investirem em outras alternativas e na formulação de leis de preservação. E também claro, a minha cabeça leve no travesseiro a noite.

Comecei evitando os algumas marcas principais como Unilever, P&G, Johnson & Johnson, etc. No começo achei que fosse tomar banho com sabão caseiro e limpar a casa com limão, mas minha visão ficou mais aguçada e meus olhos começaram a ver produtos diferentes, melhores, alguns mais caros e outros bem mais baratos. Inclusive o condicionador X que eu descobri depois de testar outros produtos, que era péssimo para o meu cabelo.
Diante disso eu consegui realmente enxergar o efeito da mídia e da indústria sobre a minha pessoa. Eu comprava o que era mais comum, aquilo que colocaram na cabeça da gente que era o melhor e a gente nem raciocina. Ou vê na prateleira do supermercado "ah saiu na TV, tá barato, vou levar". Ah a vizinha usa e adora, a tia usa, a madrinha usa, e acabou de passar na televisão, pronto, vou comprar este produto.

Sendo a chata da paróquia eu comecei a perceber que estas industrias monopolizam o mercado. Dá uma olhadinha quando vc for ao supermercado na sessão de sabonetes, vc vai encontrar a representaçao de poucas empresas, mas muitos produtos. A Unilever é a vencedora e tem produtos da mesma categoria só que atraentes para diferentes classes se vc quiser economizar pode comprar um Lux e se for mais exigente leva pra casa o Dove, ambos unilever. E isso não é só com sabonetes é em praticamente todo Supermercado. Mas da minha ótica quando quero economizar compro um sabonete ypê, e quando quero algo mais sofisticado eu compro Natura, Boticário, Weleda, Granado, Forever, OX, etc.

Produtos de limpeza da linha Búfalo, Ypê, Cassiopéia NÃO TESTAM. E deixo lá na prateleira o Omo, Surf, Confort, que TESTAM e são mais caros.

Ou seja é possivel sim ir as compras e trazer pra casa a consciência limpa.

Agora o lado mãe.
Quando eu engravidei essa foi uma preocupação, como será que tudo isso vai ficar com o nascimento do Nico? Uma vez que as crianças diante de todo consumismo desenfreado são grandes geradores de lixo.
Somos alvos da mídia e da indústria constantemente e compramos muito, muito lixo. Sempre que estou diante de algo que quero comprar eu faço a pergunta: "eu realmente preciso disso?"Pensa no tanto de coisa que temos em casa sem uso, no tanto de embalagens dessas coisas sem uso que jogamos no lixo. Portanto o consumismo gera lixo, muito lixo.
E daí comecei a busca por produtos CRUELTY FREE para o público infantil.
E foi facil, muito facil. Shampoo eu uso e recomendo Natura e Boticário. Sabonete eu uso Granado ou Natura. Sabe aquele shampoo duvidoso da Johnson's que já foi alvo de investigação por conter substancias possivelmente cancerigenas? Então, aqui em casa ele NÃO ENTRA.

A coisa complicou no quesito fraldas e lenços umedecidos. As fraldas são um grande problema, pois as comercializadas facilmente no país TESTAM. Então pra quem não sabe, por motivos de questao ambiental, conforto para o bebê e pelo bem dos animais, eu uso fralda de pano e tenho um post aqui falando sobre as Fraldas Reutilizáveis.
Agora os lenços umedecidos eu uso muito pouco, em casa nem pensar, lavo o bumbum do bebê com água. Quando saio ou levo lenço, quando tenho em casa, ou levo uma garrafa dàgua e utilizo com limpadores de tecido que eu mesma fiz e são ótimos, não assam, e preservam o meio ambiente. Daí coloco tudo em um saco impermeável juntos das fraldas de pano e ponto para os animais e para o bumbum do bebê.

Várias pessoas me dizem que sou somente uma andorinha. Sim sou uma andorinha, mas somente aqui em casa somos três. Por ser andorinha eu sei voar e portanto consigo ver a distância, e consequentemente vejo MUITAS  andorinhas. Muita gente pensando, muita gente se preocupando e muita gente tentando fazer diferente e o melhor muita gente mudando transformando a nossa vida.

Não dá pra dizer que você vai ser 100%, pois infelizmente a industria farmaceutica testa muito e você pode precisar de algum medicamento, mas você pode MINIMIZAR,  reduzir o impacto e como eu mostrei as medidas são simples, basta querer. 
Aqui em casa tentamos ao máximo não produzir lixo, reciclamos nosso lixo, e o organico há a possibilidade de se utilizar composteiras. Mas é utópico focar no lixo zero se vc quiser continuar vivendo em sociedade, mesmo que pouco produzimos lixo. Então pq não reduzir? 
Não gosto do raciciocinio que algumas pessoas empregam do tipo. "Boicota a Unilever mas tomou antibiótico quando ficou doente". Pra mim isso é típico de pessoa com raciocinio limitado, e que é comodo demais para fazer algo de bom e não quer que ninguém faça. #prontofalei

E como mãe acredito que ensinar o amor aos animais, ao meio ambiente e a preocupação com sua própria existência e o que ela ocasiona no meio, são de extrema valia na formação de futuros adultos com visão mais ampla da vida e das coisas. Pessoas muito mais preocupadas com o meio em que vivem e com seu papel perante a sociedade.
Temos uma vida corrida e a palavra da vez é: praticidade. Mas eu digo que dá pra ser prático e ter consciência ecológica, ambiental e de respeito com outras vidas. A vida está aí pra ser vivida, e para aprendermos com ela. Vejo diariamente velhos que envelheceram com a vida,mas não amadureceram nela, apenas fizeram anos. Continuam ano após ano, com as mesmas idéias, mesmos ideais não alcançados,mesmo preconceitos e sim as mesmas dores. 
Eu escolhi dizer SIM para a vida, tudo o que mostre para mim que melhorará minha vida e a de outras pessoas, assim como o ambiente eu digo SIM, e me surpreendo a cada dia!

Para conhecer a lista de empresas brasileiras que NÃO TESTAM. Clique aqui
Para conhecer a lista de empresas internacionais que TESTAM. Clique aqui
Para conhecer a lista de empresas internacionais que NÃO TESTAM. Clique aqui
Indicação de leitura:
http://www.falabicho.org.br/PDF/LivroFalaBicho.pdf
http://www.cartacapital.com.br/carta-verde/vivisseccao-ciencia-ou-barbarie/
http://www.fbav.org.br/


Grande Abraço

Thaiane






4 comentários:

  1. Olá Thainae, post bem informativo.
    Eu não tinha conhecimento deste assunto e foi super válido.
    Bjks
    http://makeviagem.blogspot.com.br/2013/04/mudancas-sempre-sao-bem-vindas.html
    #amigacomenta

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  2. Já li sobre esse assunto, mas não tinha tanto conhecimento da causa, achei muito legal vc escrever sobre isso, vou visitar os links que colocou p/ ficar mais atenta.
    Bjs
    #amigacomenta

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  3. Nossa, to chocada!! A gente "sabe" que isso acontece com os bichinhos mas saber que ficam dias sendo torturados chega a doer na alma :(

    Vou dar uma lida nas suas indicações, obrigada pelas dicas Thai sempre arrasando nos posts.

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  4. Ótimo post!!! Vou procurar seguir as dicas!!
    Bjs
    Mari
    #amigacomenta
    http://maricriando.blogspot.com.br

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