sábado, 18 de outubro de 2014

Adeus fraldas

Há algum tempo eu descobri que a maternidade é a melhor forma de pagar a língua. Durante muito tempo eu dizia, e ainda posso ouvir os nítidos ecos de minha voz: -" Filho meu desfralda com 1 ano de idade, nada de menino ficar andando feito um pato com fraldão". Nem preciso dizer que escrevi isso em uma cartinha, joguei para o alto e cai em cheio da minha testa.
Nico fez um ano e claro, não estava nem passando pela nossa cabeça um desfralde, como desfraldar um menino que não fala? Nico fez dois anos, como desfraldar um menino que não sabe o que fala? Nico estava prestes a fazer três anos, como desfraldar um menino que morre de medo do penico?
Claro que ser mãe é viver em uma cobrança eterna, quando Nico ultrapassou a casinha dos dois anos eu comecei a me questionar, e foram várias tentativas falhas para tirar essa fralda. Mas todos os sinais estavam diante de mim, o menino não estava pronto, mas em alguns momentos EU queria que estivesse.
Nico não sentava de forma alguma no penico, no redutor de assento, no vaso, sequer topava fazer xixi no mato, se escondia quando queria fazer cocô e nunca se incomodava em ficar com a fralda suja. Não demonstrava nenhum sinal de que estaria pronto para o desfralde, se fizesse xixi no chão, continuava brincando com normalidade.  Até que eu decidi jogar a toalha e seguir o fluxo do rio, deixei as cobranças alheias, inclusive as minhas de lado e segui em frente.
Se por um lado eu me preocupava pelo fato do Nico estar chegando aos 3 anos usando fralda, por outro eu também me preocupava com os fatores negativos do desfralde em crianças que não estejam preparadas para ele, como intestino preso e/ou encoprese. O controle dos esfíncteres não tem nuances somente fisiológicas, mas existem diversos fatores emocionais atuando em conjunto e para que o desfralde seja de fato pacifico todos estes fatores precisam estar em completa harmonia.
 
Em busca de algumas respostas para acalmar o coração sempre preocupado de mãe, encontrei uma fala de Fraçoise Dolto "a criança se desfralda sozinha".
A partir dali a conversa foi outra, deixei o penico no banheiro dele e sempre oferecia "-Nico vamos fazer o xixi no penico?" "está com vontade de fazer xixi, podemos usar o penico", a resposta era sempre negativa e eu agia com naturalidade. Até que aos poucos ele foi vagarosamente me mostrando que estava se preparando, antes não demostrava sequer vontade de fazer xixi, de repente quando estava peladinho e vinha a vontade de fazer xixi ou coco pedia para colocar a fralda, eu sempre oferecia o penico, mas ele sempre queria a fralda e tudo bem, vamos de fralda. " Fez xixi no chão? Tudo bem filho, acontece". Até que um dia a mágica se fez:
Nico: - Mamãe quero por a fraldinha
Eu: - Xixi ou cocô?
Nico: - Cocô
Eu: Você não quer fazer no penico? (Mostrando o penico)
Nico: Sim
 
Batemos palma, sorrimos, chorei, demos tchauzinho para o cocô, foi uma verdadeira festa.
E dali em diante o menino percebeu que podia, que havia crescido, que não havia motivo para ter medo, e que fazer no penico era muito mais legal.
Depois deste episódio o desfralde foi muito rápido, em poucos dias não pedia
 mais para usar fraldas, nem a noite e nem de dia. Desfraldou por que percebeu que era hora, a sua hora!
O desfralde sadio só acontece quando a criança tem condições físicas e emocionais para controlar o xixi e o cocô.
 
As consequências de um desfralde precoce são imprevisíveis, e os pais se cobram e são cobrados a efetuarem o desfralde cada vez mais cedo, como se uma competição imaginaria existisse, mas nunca devemos esquecer que a maior cobrança cai nos ombros da criança. Cada pessoa tem seu próprio tempo para crescer e se desenvolver, assim como cada bebê tem seu próprio tempo para nascer. Observar, auxiliar, acompanhar é muito mais sadio do que comandar e impor. Aceitar o tempo é a maior dadiva, é um segredo para todos os desafios da vida. Com sabedoria ouvimos o som do tempo e passamos a compreender o seus sinais.
 
Um abraço
 
Thaiane




quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Nana Nenê, e a mamãe vai pegar sim!

Essa semana está rolando nas mídias sociais uma imagem que supostamente foi publicada pela apresentadora e modelo Ana Hickman que está toda linda grávida do seu primogenito. A imagem era a capa do livro Nana Nenê o qual a apresentadora estaria lendo e gostando.
Muitas mães perguntando sobre o método e aqui eu faço uma breve abertura sobre o assunto.



Sou mãe, sou profissional, trabalho muito, cuido da casa, do marido, do filho e de muitos trabalhos, estudo e sim, eu me preocupei muito no tanto que minha vida mudaria após a chegada do Nico. Como seriam minhas noites de sono? Como ser uma boa mãe e ensinar meu filho a ser uma boa pessoa? E claro que diante dessas inquietações de um coração instintivo ainda adormecido, encontrei uma chuva de livros e textos de pessoas vendendo a solução dos meus problemas, e acalmando o coração de uma mãe que só quer e deseja o melhor para o seu filho. Foi assim que eu conheci o método nana nenê.
E olhando como ele era popularmente aceito e praticado na grande maioria dos lares, embora poucas pessoas saibam o nome desse método, o deixar chorar pra dormir é um conselho muito comum, oferecido a jovens mães que estão adentrando ao mundo da maternagem.
Por um tempo me deixei influenciar por esse livro, até que um dia eu ouvi: joga fora esse monte de livro e aprenda a ler o seu coração de mãe. E eu não só li como ouvi, um coração batendo a mil, e implorando para que eu pudesse sentir e me permitir entrar num mundo de fusão com uma criatura que crescia dentro de mim, e que acima de qualquer bem material, ele precisaria do meu calor, do meu abraço, do meu cheiro e do meu leite para crescer, e essa fusao não deveria acontecer somente em horário comercial. Depois dessa explosão instintiva dentro de mim, esse método perdeu todo o sentindo, e sim passou a ser cruel.

Neste berço, neste berço, dorme um anjo
Que se chama, que se chama, solidão.

Esse método que foi disseminado pelo Eduard Estivill e no mundo ocidental ganhou muitos adeptos, principalmente de pais, educadores e pediatras, pouco se preocupa com a individualidade da criança e mais uma vez propaga a separação de pais e filhos em idade precoce.


Eu sempre digo: duvide sempre de livros que tratam as crianças como um produto adestrável. Como uma receita de bolo e a promessa de noites de sono e saídas em restaurantes com o máximo de conforto e tranquilidade.
O livro em questão aborda o condicionamento da criança para dormir a noite toda. Os pai
s devem levar a criança ao berço, explicar amorosamente (como se ela tivesse condições entender as palavras tendo meses de idade) que o papai e a mãmae gostam muito dela, e que estão a ensinar a dormir sozinha. Vai ficar aqui no quarto com o bonequinho. 
E daí pra frente NÃO pode ter contato fisico com a criança, a menos que ela vomite ( o que é normal com esse método) ou esteja com a fralda suja, enfim, ao menos que seja necessário diante da ótica fisica. A criança pode chorar por mais de duas horas, mas os pais não devem atender ao seu choro a pegando no colo, até que por milagre a criança passa a dormir depois de alguns dias. Milagre para os pais, resignação para o filho, que nao aprendeu a dormir, mas sim aprendeu que não adianta chorar, pois seu choro não será atendido.

Não preciso nem comentar que esse método não leva sequer em consideração que as crianças passam por estirões de crescimento, que mudam seu padrão de sono, causam irritação e fazem com que a criança demande mais atenção de seus pais por um periodo relativamente curto de tempo. Ou seja esse método terá de ser aplicado em várias ocasiões.
Uma viagem que tire a criança da rotina, uma doença, uma perda, qualquer coisa, lá se inicia o método novamente


Se Charles Darwin estivesse vivo quando esse método foi disseminado,provavelmente teria tido um AVC ao ver anos e anos de evolução indo para o mundo do esquecimento e do antiquado. O bebê chora simplesmente porque ele precisa chorar. Ele precisa chorar porque ele carrega dentro de si o legado da continuidade de sua comunidade, ele carrega o legado da sobrevivência de sua espécie. E para sobreviver, uma vez que nasce tão imaturo, ele precisa de cuidado continuo. Há milhares de anos os bebês que não chorassem seriam devorados por predadores, torrariam ao sol, seriam picados por formigas e ficariam seriamente machucados e até mesmo mortos. Sua única arma contra as adversidades da vida era o choro. Por outro lado, a mãe que não se sentisse incomodada/tentada a atender prontamente seu choro, dificilmente passaria seus genes para frente. Durante milhares de anos a natureza se propos a aperfeiçoar os mecanismos de sobrevivência, fazendo com que os bebês utilizassem sua arma mais poderosa, o choro, para estar sempre perto de suas mães, e que suas mães não resistissem a essa arma, ao ponto de ser insuportavel ouvir a cria chorando e nao ser atendida.
Quando alguém diz que se deve deixar o bebê chorar, está sambando e cuspindo na evolução de sua própria espécie.

Em nosso ocidente a puericultura prega cada vez mais precocemente a separaçao emocional e fisica de mães e bebês. Olhem como nossos filhos sao recebidos nas maternidades? Meros produtos institucionais, que ficam em choro conjunto em berçarios, cada bebê com sua própria solidão, e suas mães sedadas se recuperando do nascimento que muitas vezes nem chegaram a ver e a viver. As recomendações de profissionais e familiares é para que o bebê permaneça a maior parte do tempo em carrinho, berço, moisés, e qualquer outro lugar menos no colo para não acostumar demasiadamente ao lugar em que ficou constantemente por 9 meses. 


Inclusive nos países em que mais se aplica esse método, menos as crianças são amamentadas, e o número de crianças que utilizam chupetas é bem maior. O autor esqueceu deste detalhe, as crianças mamam, e mamam de madrugada também, e é impossivel amamentar ao seio sem pegar no colo. E esqueceu que a prolactina, hormônio responsavel pela produçao de leite, encontra-se em alta dosagem durante a madrugada, e por isso é importante amamentar em livre demanda, inclusive de madrugada.

Se eu pudesse dar um conselho a Ana Hickman eu diria: esse livro é bom para peso de porta e alimento de fogueira.

Se eu pudesse dar um conselho a todas as mães eu diria: Joguem fora os livros e leiam seus próprios corações instintivos de mães. Se mesmo assim precisarem de um auxilio nesse longo caminho da maternagem, procurem por livros que ajudem a entender quem é este pequeno ser que se sente seguro em seu colo, e não aqueles que te oferecem uma receita para a solução dos seus medos e inquietações!

"E dentro dela existe uma fera, que nasceu junto de sua cria, que foi descoberta no exato momento em que ouviu o primeiro choro, que não adormecerá jamais, desde que descoberta sua existência"

Beijo em todos!

Thaiane









segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Fraldas de Pano Modernas Mamãe Sunny

É com muito orgulho e alegria que anuncio as Fraldas de Pano Modernas da Mamãe Sunny, produzidas no Brasil, com materias importados de altissima qualidade. São fraldas confeccionadas em pul em sua camada exterior que é impermeavel, e respiravel e não esquenta, e internamente apresentam camada sempre seca em microfleece, suedine ou micro pique, que são absorventes e deixam o bebê sempre sequinho.  Cada fralda acompanha dois absorventes de microfibra!

Para saber mais sobre a fralda consulta esta postagem minha aqui no blog, com dicas de lavagens e materiais!

Quem tiver interesse em adquirir por favor envie mensagem para tsguerra@gmail.com
Em breve terá um site prontinho!

Abraços

Thaiane